Quando ouvimos “pé de moleque”, logo nos vem à cabeça aquele doce brasileiro, crocante e cheio de amendoins caramelizados, certo? Mas o que muita gente não sabe é que esse nome tem raízes bem profundas aqui em Portugal, e não se refere apenas a uma guloseima.
Em várias regiões do país, especialmente no Alentejo, o “pé de moleque” é uma expressão popular usada para descrever um tipo muito específico de pedra — dura, compacta e resistente. Dizem os locais que estas pedras são tão sólidas que parecem os próprios “pés das almas das crianças” que brincavam nos campos há séculos atrás.
Esta ligação entre a palavra, a terra e a infância cria um elo misterioso que passa despercebido para muitos. O que começou por ser uma referência geológica acabou por dar nome a um doce em terras brasileiras, onde os portugueses levaram tradições, sabores e palavras.
“Cada pedra, cada conto, cada doce… é uma história da nossa terra a perdurar no tempo.”
Assim, da pedra ao prato, o pé de moleque conta uma história de resistência, memória e do carinho com que os portugueses sempre olharam para o que os rodeia — a terra, as pessoas e as tradições que passam de geração em geração.
Da próxima vez que comeres um pé de moleque, lembra-te que estás a provar muito mais do que açúcar e amendoim — estás a provar um pedaço da alma portuguesa.